quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

mestre KING KONG vai para a cadeia


MESTRE KING KONG


O mestre de capoeira Roberto de Jesus dos Anjos, conhecido como King Kong, 49 anos, voltou a ser preso na terça-feira, cerca de 24 horas após deixar a carceragem da 2ª Delegacia Territorial (Lapinha), em Salvador. Ele é acusado de atear fogo no corpo da mulher, Antônia Brito Souza dos Anjos, 45 anos, que morreu anteontem no Hospital Geral do Estado (HGE).
A vítima teve 70% do corpo queimado. O crime foi cometido na residência do casal, na rua 3 de Novembro, em Pau Miúdo, na madrugada de domingo. As chamas atingiram o próprio capoeirista e seu filho, o armador de móveis Robenilson Souza dos Anjos, 26 anos. Roberto foi preso em um edifício na rua Afonso Celso, e investigadores da 6ª Delegacia Territorial (Brotas), que efetuaram a prisão, confirmaram ter recebido a denúncia de que ele estaria no apartamento de um amigo preparando-se para fugir.
Escondendo o rosto com um cobertor, mas expondo braços e pernas com queimaduras, Roberto disse que não tinha a intenção de ferir a mulher. "Foi azar. Toquei fogo na estante, mas acabou pegando nela. Se fosse para matá-la, não teria enfrentado o fogo para salvá-la, mas teria fugido", afirmou, chorando. Ele apresentou a versão de que Robenilson e Antônia teriam provocado sua ira. "Ele ficou me desafiando, dizendo que ele é que mandava na casa. Não queria que Antônia bebesse, pois ela era problemática com bebida. Mas nunca a agredi", disse.
Roberto ainda negou que o motivo da discussão seria o sumiço de R$ 150, como chegou a ser noticiado. Preso em flagrante, ele foi transferido à tarde para a sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e prestava depoimento ao delegado Adalgiso Sobral.
O corpo de Antônia foi sepultado na tarde de ontem, no cemitério Quinta dos Lázaros. Com os braços enfaixados, Robenilson esteve no funeral, mas preferiu não falar com a imprensa. "Espero que o mestre pague por isso. Não há justificativa para o que ele fez. Quando a relação não dá certo, que se separem", disse Hélio Brito, irmão de Antônia. Amigos contaram que Roberto era violento.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Morre o mestre João Pequeno de PastinhaEterno mestre de capoeira, aluno do famoso mestre Pastinha


João Pequeno de Pastinha (27 de dezembro de 1917, 16 de dezembro de 2011)

Morre o mestre João Pequeno de PastinhaEterno mestre de capoeira, aluno do famoso mestre Pastinha nas décadas de 50 e 60, morreu aos 93 anosREDAÇÃO
João Pereira dos Santos, o mestre João Pequeno de Pastinha, tinha apenas 15 anos quando, em 1933, largou o trabalho de vaqueiro na Fazenda Vargem do Canto, na região de Queimadas, no sertão baiano, para fugir da seca. Ele foi a pé até a cidade de Lagoinha e lá teve o primeiro contato com a capoeira, arte da qual logo se apaixonou.

Aos 25 anos, já morando em Salvador e trabalhando pesado na construção civil, João conheceu um capoeirista que, aos finais de semana, reunia amigos para treinar ao som do berimbau. Encantado com o jogo de corpo, inscreveu-se no Centro Esportivo de Capoeira Angola, congregação de capoeiristas coordenada pelo mestre Pastinha. Percebendo o talento do aluno, o mestre praticamente adotou o jovem cheio de garra, a quem apelidou de João Pequeno por causa da estatura miúda.

No final da década de 60, quando já não podia mais ensinar em razão da idade avançada e dos problemas de saúde, Pastinha “deu” a capoeira a João Pequeno e disse: “João, você toma conta disso, porque vou morrer, mas morro somente o corpo. Em espírito eu vivo e, enquanto houver capoeira, o meu nome não desaparecerá”.

Pastinha continuou vivo até hoje graças ao trabalho e dedicação do discípulo João Pequeno, que foi reconhecido em todo o país. Até o presidente Lula, em 2003, fez questão de homenageá-lo, outorgando a ele o título de Comendador de Cultura da República. João foi o responsável pela formação de outros grandes capoeiristas, como mestre Curió. Ele morreu no último dia 16, aos 93 anos, de falência intestinal.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

LIBERAÇÃO DA MARCHA DA MACONHA...

marcha representaria a liberdade de expressão ou a incitação ao fato criminoso, Muitos vão usar cartazes, faixas... e as crianças que vão estar nas ruas, assistindo esse discurso... A marcha em si é um desserviço, pois ela vai estimular o consumo porque muitos participantes farão uso da droga”no meio da rua, na presença de jovens desinformados, não é o fórum ideal para essa discussão, mas nas universidades, dentro das salas de aula, para desistimular o consumo”,as autoridades dispõem da mídia para veicular informação para os jovens, além de livros didáticos e professores para orientá-loso O Brasil está perdendo a guerra do combate as drogas e que é preciso educar desde criança, para que quando chegue a adolescência “que é a idade de maior risco”, eles estejam conscientes para escolher dizer não.

não precisa haver marcha para ser discriminado o uso da droga,sim politicas serias e reponsáveis.o'que você pensa disso?

OLHA A CARA DESSE VELHO MACONHEIRO AI!!!TÁ CHAPADÃO...

terça-feira, 31 de maio de 2011

MENTIRA,VERGONHA,CAMBALACHO DO IPHAN

Prezados Mestres de todo o mundo...
Espero que estejam bem! Estou repassando Emails para os Mestres que estiveram presentes ao encontro em brasilia tratando de diversas situações quanto a regulamentação da profissão de Mestre de capoeira, Internacionalização da Capoeira, profissionalismo, previdência e etc.. NAQUELE momento, o IPHAN solicitou-nos que fizesse a apresentação de alguns mestres de Capoeira com mais de 55 anos de idade e profissão para serem agraciados com o premio VIVA MEU MESTRE no valor de R$ 15.000,00 (Quinze Mil reais). Nesse serntido e, para estranhesa da maioria dos Mestres e das entidades representativas da Capoeira aqui no brasil, o Estado do Maranhão que não tem nenhuma tradição na Capoeira apresentaram através de seus representantes o quantitativo de 33 Mestres, sendo 13 mulheres. AO FINAL 31 MESTRES DO ESTADO DO MARANHÃO FORAM CONTEMPLADOS com o premio, inclusive as 13 MESTRAS que, eu particularmente não as conheço. Nunca as vi em rodas ou campeonatos brasileiros....Em contato com várias federações e outros Mestres, os mesmos me disseram também desconhecer esta realidade do Estado do Maranhão, o que nos obrigou a questionar os critérios adotados pelo IPHAN para dar legitimidade ao PREMIO VIVA MEU MESTRE. um abraço. Mestre Passarinho - Presidente da Federação desportiva de capoeira de Goiás. pedimos que nos ajudem a divulgar este recado.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Prós e contras da legalização das drogas. Uma discussão. UMA DISCUSSÃO.


Drogas, assunto polêmico em qualquer situação, pois divide opiniões. A tendência maior é sempre enfatizar os perigos: violência, vulnerabilidade para doenças, marginalização, uso e abuso etc.

Legalizar significa liberar o acesso, tornar legal o seu uso. Inevitável, então, a discussão quando uma questão tão perturbadora é lançada. Impossível uma resposta imediata à questão, posto que, é necessário sopesar os prós e os contras. Para a efetiva abertura dependemos de entendimento, e de reconhecer que o diálogo está a caminho, mas não tão próximo.

Tentaremos mostrar alguns pontos positivos e/ou negativos da legalização em questão. Com a droga legalizada, acreditamos na eliminação do mercado negro da mesma e como conseqüência um ganho na diminuição da violência; o consumidor teria segurança na aquisição da droga, vez que adquiriria a mesma em mercados e lojas autorizadas, a exemplo da bebida e do cigarro, sem precisar deslocar-se até as “bocas de fumo”, resguardando-se, assim, de serem vítimas de balas perdidas ou mesmo das intencionais, quando confundidos por policiais como sendo traficantes.









Com a legalização seria mais fácil a identificação de usuários, vez que eles sairiam do casulo, não se sentiriam marginalizados e teriam assim, a oportunidade de usufruir de políticas públicas de atendimentos aos drogados de uma forma mais ampla e sem máscaras. Vale lembrar que as autoridades teriam o controle de acordo com a demanda, podendo o governo fazer maior investimento com tratamentos para dependentes, com os recursos oriundos da sua comercialização, porém pensar essa dinâmica, em um país onde o Sistema Único de Saúde é precário, beira a utopia imaginarmos que os recursos (impostos) oriundos da legalização das drogas pudessem ser direcionados para a saúde, e mais ainda para tratar dependentes químicos que a nossa sociedade cria e ao mesmo tempo descrimina.








Hoje, o álcool e o cigarro são drogas liberadas. Cigarro mata! Álcool, também. O álcool é talvez, o maior responsável por destruição de vidas, principalmente no trânsito e, no entanto é legal. Vale ressaltar que o uso de drogas continuará acontecendo, sejam elas legalizadas ou não. A questão quanto à legalização é: Deve-se, realmente, legalizar? O Brasil está preparado para a legalização?Esta é a solução? A população do Brasil não seria tal qual uma criança imatura para absorver a legalização do uso de drogas?







Quais seriam as conseqüências dessa legalização num país como o Brasil, onde boa parte da população é mal educada e desinformada? Ao legalizar as drogas, com o intuito de também reduzir a violência, não estaríamos somente mudando o curso do rio? Qual seria a reação dos traficantes, com a perda do seu objeto de comércio e manutenção do status quo? Ao deixarem de ganhar dinheiro com o tráfico, muito possivelmente passariam a seqüestrar mais, roubar mais e matar mais, e, assim procedendo agravaria a violência.







Com a legalização das drogas, outro negócio rentável (o que seria?), possivelmente, viria suprir a perda do que se ganha com a ilegalidade daquelas. É a questão sócio-econômica ditando as regras do mercado, decorrente da oferta e da demanda de ambições, prazeres e desejos instantâneos, bem como a preocupação com o sustento familiar, posto que quem trafica também tem família, e esta muitas vezes não tem culpa das escolhas de seus comandantes.








Temos consciência de que a discussão, na tentativa de se chegar a um consenso, é árdua, posto que a subjetividade é um componente muito forte em razão de que ela é construída de processos e formas de organização dentro de uma cultura que se constitui também em suas relações sociais e pode confundir-se com a própria historia da droga.







Mais: Quando falamos em cultura surge um complexo padrão de comportamentos, de crenças nas instituições, etc. Como saber que comportamentos surgirão após a legalização? Legalizar seria certeza de manutenção da ordem? Evitaria o abuso do uso? As doenças, decorrentes do uso de drogas, seriam mais facilmente tratadas? Minoraria a violência e a conseqüente redução de crimes? Interessa ao Estado legalizar as drogas?








Considerando os danos causados pelas drogas, Amar (1988), pontua que elas afetam o individuo já na vida intra-uterina, quando os pais já são viciados; o seu uso deve ser entendido como um processo que atravessa gerações e cada vez mais é usada por indivíduos em diversas idades, sob diversos aspectos, penetrando em todos os segmentos da sociedade e em todos os paises do mundo.







Para uma parcela da população, as drogas são motivos de crimes bárbaros, entretanto não se pode afirmar, por exemplo, que, crimes são cometidos em virtude do seu uso. Acreditamos que a questão da droga está relacionada a um desequilíbrio não só do individuo que usa, mas também de uma instabilidade coletiva de proporções globalizada. É complexa, a questão.








A priori, entendemos que a liberalização poderia se dar de forma paulatina, como por exemplo: liberar somente a maconha, e o Estado se responsabilizar em medir os impactos gerados na sociedade, números de aumento/redução de delitos, aumento/redução de violência, aumento/redução de dependentes seria imprescindível para tomarmos como parâmetro real e base para decisões futuras.








Retomamos a questão do comportamento do individuo ao ter a droga legalizada. Levando-se em consideração que a maior parte da clientela consumista tem sido os jovens (os mais velhos já morreram, por conta da mesma droga, talvez. É preciso renovar o mercado!), há de se convir que nos deparamos com uma realidade perigosa. O homem sempre buscou, e busca viver experiências novas. Cada vez mais ele procura contato com o diferente em busca de novas descobertas, e, assim sendo, o risco que se corre com a liberalização das drogas é a busca por outra coisa, de preferência proibida, para ocupar o lugar do “proibido, do ilegal, que dá a onda, que dá o barato”, bem como o prazer especial de querer transgredir regras que lhe foi retirado.







Além das questões acima corre-se o risco de que o individuo passe a buscar doses cada vez maiores e as consuma em menor espaço de tempo. Imaginemos, então, o dano: Uma sociedade despreparada para o uso, adoece por completo e o pior das conseqüências seria a destruição (em interpretação literal) dessa mesma sociedade em um curto espaço de tempo. O individuo que faz o uso de forma ilegal, é controlado pelo sistema repressor. Retirando o controle não produziríamos o caos?








Acreditamos na redução da violência como conseqüência da eliminação do tráfico. Acabar, porém, com um negócio que movimenta trilhões de dólares por ano não é tão simples. Qual o governo é capaz de tal ação? Os EUA, dita maior potência do mundo, lutam há décadas contra o cartel das drogas sem sequer vislumbrar um fim imediato. Não podemos olvidar entretanto, que aliado ao tráfico de drogas está o contrabando de armas. Ambos se completam e não vivem em divórcio. Aos EUA não interessam a produção de drogas ilícitas, mas interessam a produção de armas. Qual dos mercados gera mais lucro? Como resolver o conflito de interesses?








Uma grande questão: A favor da saúde, qual a ação mais efetiva contra o tráfico de drogas?







A grande resposta continua em construção, em virtude do hábito que temos de pensar, sentir e agir em relação às mesmas, na maioria das vezes de forma negativa, com mitos e culpas, e, se o governo legaliza, grande parcela da população pode entender que as drogas não fazem mal algum e começar a fazer uso das mesmas. Seria, então, uma questão de se investir primeiro em educação/informação - somos um tanto quanto céticos quanto à eficácia de tal ação, posto que paises, ditos de primeiro mundo convivem com situações iguais ou piores que as do Brasil - para depois pensar em legalizar as drogas?

Não podemos vendar os olhos para o que acontece: as drogas têm sido usadas cada vez mais por pessoas, com o intuito único e exclusivo de buscar o prazer, e entendemos ser um equívoco afirmar que elas são responsáveis por todos os atos impensados, embora muitos as usemos como desculpas para justificar determinado comportamento que a sociedade rejeita. Segundo Aratangy (1998), a droga exerce uma atração, ela chega proporcionando prazer dependendo da estrutura física, psíquica e biológica de cada.

Quanto à legalização/liberalização não é algo para se resolver da noite para o dia. Precisaria, no nosso entender, de uma estabilização na esfera educacional, bem assim, outras providências, a exemplo de uma maior conscientização por meio de palestras, propagandas, encontros com jovens, projetos sociais etc. Com educação, acreditamos na possibilidade de uma legalização com menor escala de turbulências . Ainda de acordo com Aratangy (1998) um programa de prevenção eficiente teria que considerar a dimensão emocional, oferecer opções que permitam canalizar suas emoções para se contrapor a intensidade das emoções propiciada pelas drogas.







Somos contra o uso de drogas ilícitas. Não fazemos apologia às mesmas até porque sabemos o poder destrutivo que elas contem. O objetivo é ser ouvido.








REFERÊNCIAS



AMAR, Aysuh Morad. A verdade sobre as drogas. Vol.I e II.São Paulo:Ícone, 1988

ARATANGY, Lídia Rosemberg. O desafio da prevenção. In:. Aquino, J.G. Drogas na escsola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998, p.9 – 17.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Capoeiristas promovem roda em repúdio à Marcha da Maconha


Iniciativa é um protesto à tentativa de realizar mobilização que debate descriminalização da droga e que foi proibida na capital


A Associação de Capoeira Kauande promove neste domingo (22), às 15h, uma grande roda de capoeira, com a participação de diversos grupos de capoeira de Curitiba. A iniciativa é um ato de repúdio à tentativa de realizar a Marcha da Maconha, mobilização nacional que pretende discutir a descriminalização da maconha e que acabou sendo proibida pela Justiça na capital paranaense. Com o protesto, os capoeiristas esperam reunir cerca de 500 participantes, entre crianças, jovens e familiares dos capoeiristas, na Praça Tito Schier, situada ao lado do Shopping Total.

A roda coletiva está sendo organizada pelo capoeirista Mestre Déa, ex-vereador de Curitiba e idealizador do projeto Educando com Arte, mantido pela prefeitura de Curitiba, através da Fundação de Ação Social (FAS) e Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC). O trabalho, que envolve mais de 1.000 crianças atendidas pelos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), incentiva a prática da capoeira como forma de evitar o contado de crianças e jovens com o mundo das drogas.


“Nosso lema é pratique capoeira, vamos juntos dar uma rasteira nas drogas. Há quase três décadas incentivamos a prática da capoeira nas comunidades, no horário de contra turno escolar, justamente com o objetivo de ocupar crianças e jovens com uma atividade saudável e evitar o contato deles com a criminalidade. Acreditamos que mobilizações como a Marcha da Maconha fazem apologia à droga e na verdade incentivam o uso da droga”, diz Mestre Déa. Caso chova no domingo, a roda será transferida para o Espaço Cultural da Capoeira, situado dentro do Supermercado Muffato Portão, no primeiro piso.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Capoeira é registrada como patrimônio imaterial brasileiro

Arte que se confunde com esporte, mas que já foi considerada luta, a capoeira foi reconhecida como patrimônio imaterial da cultura brasileira


Brasília – Expressão brasileira surgida nos guetos negros há mais de um século como forma de protesto às injustiças sociais, arte que se confunde com esporte, mas que já foi considerada luta, a capoeira foi reconhecida como patrimônio imaterial da cultura brasileira.

A decisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi concretizada terça-feira (15) no Palácio Rio Branco, em Salvador (BA).

Para comemorar o resultado, que é definido pelos 22 membros do Conselho Consultivo do Iphan, foi inaugurada, no mesmo local, a exposição “Rodas de Capoeira”, com pinturas, esculturas em barro, instrumentos musicais, xilogravuras e folhetos de cordel que retratam o universo da arte que agora é patrimônio.

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, já havia declarado, em reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) que homenageava o embaixador Sérgio Vieira de Mello – morto durante atentado terrorista na guerra do Iraque -, que a capoeira do Brasil “poderia ser vista como instrumento da construção da paz mundial” e levou uma roda de capoeira para se apresentar aos líderes.

Desde então, as ações do ministério voltadas à valorização da capoeira – como a criação do programa Capoeira Viva – começaram a se voltar para o reconhecimento da expressão como patrimônio, segundo a diretora de Patrimônio Imaterial do Iphan, Márcia Sant’anna.

“O começo do processo de registro já começou no âmbito dessas ações de apoio. Foi um projeto iniciado pelo ministério e do Iphan, mas contou com a participação de estudiosos e pesquisadores de três estados do Brasil: do Rio de Janeiro, da Bahia e de Pernambuco”, conta a diretora.

Ela acrescenta que o registro é de significado simbólico. “Ocorre um aumento muito grande da auto-estima dessas pessoas. Embora a capoeira esteja disseminada em todo o mundo, alguns mestres da tradição oral nunca tiveram, pelo menos até recentemente, nenhum programa de valorização do seu saber”, aponta.

A capoeira é a 14ª expressão artística do país registrada como patrimônio imaterial. A diferença deste registro para o tombamento como patrimônio material – caso de edifícios históricos – é que “o registro volta-se a ações de apoio às condições sociais, materiais, ambientais e de transmissão que permitem que esse tipo de bem cultural continue existindo”, de acordo com Sant’anna. As informações são da ABr

segunda-feira, 16 de maio de 2011

morre o grande mestre PEIXINHO


Infelismente perdemos um grande icone da capoeira mundial,mestre PEIXINHO do centro cultural ZENZALA,nos deixou na madrugada do 16 de maio.O mestre vinha lutando ja há algum tempo contra um câncer que o enfraquecia.no domingo(15)foi sedsdo e alguns veiculos de noticias já notificava sua morte.Mestre peixinho fez um trabalho muito importante para acapoeira mudial.Mestre Peixinho – Marcelo Azevedo Guimarães / Rio de Janeiro, RJ.
Mestre Peixinho nasceu em Vitória, Espírito Santo, em 1947. Iniciou a capoeira em 1964, entrando para o grupo que veio a ser denominado Grupo Senzala, em 1965, sendo um de seus fundadores. Participou do torneio Berimbau de Ouro em 1967, 1968 e 1969. Ministrou aulas de capoeira na UFRJ de 1973 a 1980, na UERJ de 1979 a 1983. Participou de exibições e shows no teatro Municipal (1971) e Sala Cecília Meireles (1969), Festival Internacional na Ilha de Reunion (1977), Projeto Brasil em Preto e Branco, durante seis meses na Europa, em 1987, organizador dos primeiros encontros europeus de capoeira a partir de 1987 e dos Encontros Escandinavos de Capoeira, a partir de 1990. Atualmente Mestre Peixinho coordenava um extenso grupo de professores que ensinam em diversas cidades brasileiras, européias e americana. vai com DEUS grande mestre

quarta-feira, 27 de abril de 2011

ZUMBI DE PALMARES


Quem foi Zumbi e realizações

Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. O Quilombo dos Palmares estava localizado na região da Serra da Barriga, que, atualmente, faz parte do município de União dos Palmares (Alagoas). Na época em que Zumbi era líder, o Quilombo dos Palmares alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Nos quilombos, os negros viviam livres, de acordo com sua cultura, produzindo tudo o que precisavam para viver.

Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue a um padre católico, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Porém, aos 15 anos de idade, voltou para viver no quilombo.

No ano de 1675, o quilombo é atacado por soldados portugueses. Zumbi ajuda na defesa e destaca-se como um grande guerreiro. Após um batalha sangrenta, os soldados portugueses são obrigados a retirar-se para a cidade de Recife. Três anos após, o governador da província de Pernambuco aproxima-se do líder Ganga Zumba para tentar um acordo, Zumbi coloca-se contra o acordo, pois não admitia a liberdade dos quilombolas, enquanto os negros das fazendas continuariam aprisionados.

Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo. Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. O líder Zumbi mostra grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares.

O bandeirante Domingos Jorge Velho organiza, no ano de 1694, um grande ataque ao Quilombo dos Palmares. Após uma intensa batalha, Macaco, a sede do quilombo, é totalmente destruída. Ferido, Zumbi consegue fugir, porém é traído por um antigo companheiro e entregue as tropas do bandeirante. Aos 40 anos de idade, foi degolado em 20 de novembro de 1695.

Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

FONTE NET.

terça-feira, 26 de abril de 2011

mestre Pastinha


Mestre Pastinha, nasceu em 5 de abril de 1889, descendente de pai espanhol e mãe baiana, foi batizado em 1889 com o nome de Vicente Joaquim Ferreira Pastinha na cidade de Salvador-Ba. Conta-se que o princípio de sua vida na roda de capoeiragem aconteceu quando tinha 8 anos, sendo seu mestre o africano Benedito,
o que ao vê-lo apanhar de um garoto mais velho, resolveu ensinar-lhe as mandingas, negaças, golpes, guardas e malícias da Angola. O resultado veio logo aparecer, Pastinha nunca mais fora importunado por ninguém.
Mestre Pastinha serviu na Marinha de Guerra do brasil, onde permaneceu por um período de 8 anos. mestre Pastinha de tudo fez um pouco, trabalhou como pedreiro, pintor, entregava jornais, tornou conta de casa de jogo; no entanto, o que mais gostava de fazer era ensinar "a grande arte".
Pastinha conhecia a capoeira, sabia como era importante continuar aquela cultura, aconselhava que era preciso ter calma no jogo "quando mais calma melhor pró capoeirista", e que a capoeira "ela é o pai e mãe de todas as lutas do brasil". Sabia muito bem os fundamentos e os segredos
existentes na capoeiragem, cantava, tocava os instrumentos e ensinava como um verdadeiro mestre deve fazer: -fonte net

MESTRE BIMBA


A Vida

Mestre Bimba (Manuel dos Reis Machado) filho de Luiz Cândido Machado e Maria
Martinha do Bonfim, nasceu no bairro de Engenho Velho, freguesia de brotas, Salvador
Bahia em 23 de novembro de 1900. Recebeu esse apelido devido a uma aposta que sua
mãe fez com a parteira que o " aparou " . Ao contrário do que a Mãe achava, a parteira
disse que iria nascer um menino, se fosse receberia o apelido de "Bimba" pôr se tratar, na
Bahia, de um nome popular do órgão sexual masculino.

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A Prática

Começou a praticar capoeira aos 12 anos de idade na estrada das Boiadas, hoje o Bairro
Negro da Liberdade, com o africano Bentinho, capitão da navegação Baiana. Foi estivador
durante 14 anos e começou a ensinar capoeira aos 18 anos de idade no Bairro onde nasceu
no "Clube União em Apuros". Até 1918 não existia academias como hoje e treinava-se nas
esquinas, nas portas dos armazéns e até no meio do mato.

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O Surgimento da Regional

Consideramos ineficaz e muito folclorizada a capoeira da época, devido ao fato de os
movimentos eram extremamente disfarçados, mestre Bimba resolveu desenvolver um estilo
de capoeira mais eficiente, inspirando-se no antigo "Batuque" (luta na qual seu pai era um
grande lutador, considerado até um campeão) e acrescentando a sua própria criatividade,
introduziu movimentos que ele julgava necessário para que a capoeira fosse mais eficaz.
Então em 1928, mestre Bimba criou o que ele denominou "Capoeira Regional Baiana" por
ser esta praticada única e exclusivamente em Salvador.

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O Reconhecimento da Capoeira no Brasil

A partir da década de 30, com a implantação do Estado Novo, o Brasil atravessou uma fase
de grandes transformações políticas e culturais, onde os ideais nacionalistas e de modernização
ficaram em evidência.Nesse contexto, surge a oportunidade de Mestre Bimba fazer com que o
seu novo estilo de capoeira alcançasse as classes sociais mais privilegiadas.
Em 1936 fez a 1º apresentação do trabalho e no ano seguinte foi convidado pelo governador
da Bahia,o General Juracy Magalhães, para fazer uma apresentação do palácio do governador
onde estavam presentes autoridades e convidados, inclusive o presidente da época que gostou
muito da apresentação.
Dessa forma a capoeira é reconhecida como"Esporte Nacional" Mestre Bimba foi reconhecido
pela Sec. Ed. Ass. Pública ao estado da Bahia como Professor de Educação física e sua
academia foi a 1ª no Brasil reconhecida por Lei.

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A diferença

O que faz com que Mestre Bimba se destacasse do demais capoeiristas de sua época, é que
ele foi o 1º a desenvolver um sistema de ensino e a ensinar em recinto fechado. Além desse
sistema , ele elaborou técnicas de defesa Pessoal até mesmo contra armas . Mestre Bimba
preocupava-se demais com a imagem da Capoeira, não permitindo treinar em sua academia
aqueles que não trabalhavam nem estudavam.

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A Morte

Em 1973, Mestre Bimba, por motivos financeiros, deixou a Bahia, sob
acusação de que os "Poderes Públicos" Jamais haviam o ajudado. Faleceu em Fevereiro de
1974 em Goiânia, vítima de um derrame cerebral.

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Antigo Método de Treinamento de Bimba

Mestre Bimba desenvolveu o 1º método de ensino que vemos a seguir como ele funcionava:

• Exame de admissão

Dizia-se que em outros tempos, Mestre Bimba aplicava uma "Gravata" no pescoço do
indivíduo que quisesse treinar e dizia "Agüenta ai sem chiar", Se agüentasse o tempo que
ele mesmo determinava estaria matriculado. Mestre Bimba justificava esse critério dizendo
que só queria macho em sua academia. Mais tarde mudou os critérios, Submetendo o
Candidato a fazer alguns movimentos para que ele pudesse avaliar se o pretendente tinha
condição ou não para praticar a capoeira regional. A próxima fase seria aprender a
"Seqüência de Ensino".

• O Aprendizado

O aluno nesse fase aprendia o que se chamava "Seqüência de Ensino" que eram as oito
seqüências de movimentos de ataque, esquivas e contra ataque destinadas somente aos
iniciantes, simulando as situações mais comuns que o aluno enfrentaria durante o jogo de
capoeira.

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Observação:

Esse foi o 1º método de ensino criado para ensinas alguém a jogar capoeira e o calouro
treinava essas seqüências em duplas sem o acompanhamento dos instrumentos. Quando
estas estivessem bem decoradas o Mestre dizia: "Amanha você vai entrar no aço, no aço
do Berimbau".

Era comum naquele tempo dizerem que o capoeirista quando agarrado, não tinha como
reagir. Então mestre Bimba, com sua criatividade ensinava seus alunos quais eram as
melhores saídas.Todos esses ensinamentos faziam com que o método de mestre Bimba
fosse incomparável e esse treinamento durava cerca de 3 meses só então é que o aluno
seria batizado.

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O Batizado

O batizado era quando o aluno jogava pela 1ª vez na roda com o acompanhamento dos
instrumentos que era formado por 1 berimbau e 2 pandeiros. O mestre escolhia o formado
que jogaria com o calouro e então tocava o toque que caracteriza a capoeira regional, para
isso o calouro era colocado no centro da roda para que o formado ou o próprio mestre
desse um apelido a ele. Escolhido o "nome de guerra" todos aplaudiam e então o mestre
mandava o calouro pedir a "Benção" do padrinho, e ao estender a mão para o formado
que o batizou, receberia uma "Benção"(Golpe frontal dado com a parte inferior do pé
empurrando o adversário na altura do peito) que o jogava no chão.

Era necessários pelo menos, 6 meses de treino para se formar na Capoeira Regional. O
exame era realizado em 4 domingos seguidos, no Nordeste de Amaralina, academia do
mestre, os alunos a serem examinados eram escolhidos por ele. Durante 4 dias os alunos
eram submetidos a algumas situações onde teriam que mostrar os valores adquiridos
durante a fase de aprendizado, como por exemplo: força, reflexo, flexibilidade e etc. No
último domingo é que o mestre dizia quem havia sido aprovado e então ensinava novos
golpes e também marcava o dia da formatura.

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A Formatura

A cerimônia iniciava com uma roda de formados antigos para que as madrinhas e os
convidados pudessem ver o que era a Capoeira Regional. Mestre Bimba ficava ao lado
do som, que era formado por 1 Berimbau e 2 pandeiros, comandando a roda e cantando
as músicas características da Regional.
Terminada a roda, o mestre chamava o orador que geralmente era um formado mais antigo
para falar um breve histórico da Capoeira Regional e do mestre.

Após o histórico, o mestre entregava as medalhas aos paraninfos e os lenços azuis (Graduação
dos Formados) as madrinhas.O paraninfos colocava a medalha ao lado esquerdo do peito do
Formado e as madrinhas colocavam os lenços nos pescoços dos seus respectivos afilhados. A
partir dai os formados demonstravam alguns movimentos a pedido do mestre para mostrar a
sua competência, incluindo os movimentos de "cintura desprezada", "jogo de floreio" e o
"escrete" que era o jogo combinado com o uso dos Balões.

Para terminar, chegava a hora do "Tira-medalha" onde o recém formado jogava com um
formado antigo que tentava tirar a sua medalha com qualquer golpe aplicado com o pé. Só
então depois de passar por isso tudo é que o aluno poderia se considerar aluno formado de
mestre Bimba, tendo direito até de jogar na roda quando o mestre estivesse tocando Iuna que
é o toque (onde quem joga hoje são só os mestres) criado por ele para esse fim. A partir dai
só restava o curso de especialização que veremos a seguir.

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O Curso de Especialização

Tinha duração de 3 meses, sendo 2 na academia e 1 nas matas da Chapada do Rio Vermelho
Tratava-se de um treinamento de guerrilha, onde aconteciam as emboscadas, armadilhas e
etc., que consistia em submeter o formado a situações das mais difíceis, desde defender-se
de 3 ou mais Capoeiristas, até defender-se de armas. Terminado o curso, o mestre fazia a
mesma festa para os novos especializados, e estes recebiam o lenço vermelho a cor que
representava a nova graduação. O aluno que se formava ou se especializava, tinha a o dever
de pendurar um quadro com a foto mestre, do padrinho, do orador, e a própria foto.

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Conclusão

Mestre Bimba realmente foi o grande "propulsor" da Capoeira no Brasil mas , muitos dos
Métodos citados acima não são mais usados na verdade grande parte deles nao existe mais
a muito tempo mas, foram muitos úteis. Para nós Capoeiristas só resta dizer: Muito obrigado
ao Mestre Bimba.fonte net

Onde a confusão se espalha...

O Rio de Janeiro também possui uma rica história marginal da Capoeira e uma rica influência das maltas de capoeiras ligadas à criminalidade e à política, que formavam quase um exército paralelo. Mais tarde, porém, houve o enfraquecimento da Capoeira carioca e uma “invenção da tradição” (*21) da Capoeira baiana. Mestre Bimba leva seus alunos para São Paulo em 1949 para competir em luta livre: das cinco lutas, ganham três por nocaute. Mestre Bimba também viaja apresentando a Regional: em 1955, em Fortaleza-CE (Teatro José de Alencar); em 1956, no Rio de Janeiro (Maracanãzinho) e, em São Paulo (inauguração da TV Record); e, em 1968, em Teófilo Otoni-MG. Mestre Pastinha e o CECA viajam fazendo demonstrações em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Recife.

Apesar da existência de capoeiristas tradicionais no Rio, em 1964 começa um fenômeno novo. Alunos com pouca experiência na Angola e na Regional se juntam e formam o grupo carioca que viria a se chamar Senzala e a influenciar muito a Capoeira no sul/sudeste do país, tanto pela descaracterização (afastamento de rituais tradicionais), como pela incorporação de novas técnicas de ensino.

Em São Paulo, através de pioneiros como Mestre Zé de Freitas (discípulo do maior cantador de Capoeira Angola de todos os tempos, Mestre Waldemar da Paixão – BA) e Mestre Valdemar Angoleiro, abriu-se espaço para a vinda, na década de 60, de capoeiras que migram da Bahia buscando melhores condições de vida. Vieram mestres angoleiros e regionaleiros. Devido à falta de tradição da Capoeira na capital paulista, para melhor sobrevivência econômica desses mestres, há a necessidade de apoio mútuo. Mestre Suassuna, por exemplo, ajudou muitos capoeiristas a se estruturarem. Este processo de adaptação e sobrevivência é melhor exemplificado com a fundação, em 1967, da Academia Cordão de Ouro, formada pelos mestres Brasília e Suassuna, o primeiro da linhagem Angola de Mestre Canjiquinha e o segundo da linhagem Regional de Mestre Bimba. O que era impossível para Mestre Pastinha e Mestre Bimba acontece: a fusão de estilos se torna uma realidade.

Na década de 50, a Capoeira chega a Belo Horizonte. Em 1963, Mestre Pastinha se apresenta na Universidade Católica, mas somente na década de 70 é que crescem as academias e a Capoeira se fortalece nas praças, sendo criada uma roda na Praça Liberdade, onde o público se reunia para ver a ‘vadiagem’. Por causa desta roda, surgiu a famosa Feira Hippie, que se desenvolveu e virou um marco na cidade (hoje está na Av. Afonso Pena), no entanto poucos falam dessa origem ligada à Capoeira.

Em Curitiba, em 1973, a Capoeira se implanta através de Mestre Sergipe, depois que Mestre Eurípedes passou por lá no início da década de 70. Mestre Sergipe foi contra-mestre do angoleiro Mestre Caiçara, mas, como Mestre Brasília, também mudou de estilo. Em 1975, com a chegada de Mestre Burguês, a Capoeira se espalha na cidade.

Ainda seguindo a história do poder cooptando a Capoeira, em 1968 e 1969 (segunda ditadura militar do século passado), a Comissão de Desportos da Aeronáutica patrocina dois simpósios nacionais sobre Capoeira com o intuito principal de estabelecer uma única nomenclatura para os golpes e defesas. Entre os vários mestres participantes estava Mestre Bimba, que se retira antes do término do segundo simpósio por não aceitar que a Capoeira Regional se fundisse com outras regras e ‘modismos’ (no primeiro simpósio ele enviou Mestre Decânio para representá-lo).

Interessante também que foram vários os capoeiristas que desejaram ter o mérito de Mestre Bimba, criando estilos com nomes e características próprias como a Capoeira Estilizada, a Muzenza, a Saramango, a Primitiva, a Barravento, etc. Mas nada disso vingou além de seus grupos e descendências. A não ser a criação coletiva da Capoeira 'Angola-e-Regional', que a meu ver, repito, não é nem Angola nem Regional.

A década de 70 é fundamental no encolhimento da Angola tradicional, resgatada por Mestre Pastinha. Em 1971, ele é enganado e perde sua academia no Largo do Pelourinho nº 19 e, em 1979, sofre derrame cerebral. Em 1981, morre cego, na miséria e quase esquecido. Com a morte de Mestre Bimba em 1974, também esquecido, enganado e na miséria, em Goiânia-GO, a Regional também perde sua força e o seu mentor.

Em 1º de Abril de 1966, Mestre Pastinha se apresentou junto com outros mestres e alunos na África, no I Festival Internacional de Arte Negra em Dakar, Senegal. Na década de 70 ocorre a expansão da Capoeira para a Europa e E.U.A., mas só em 1989 o angoleiro Contramestre Rosalvo migra para a Europa, fundando em 1997 a primeira academia européia de Capoeira Angola em Berlim, Alemanha.

Em 1972, a Capoeira é homologada pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC) como esporte e, em 1974, nasce a Federação Paulista de Capoeira. Em 1992, forma-se a Confederação Brasileira de Capoeira e, finalmente, em 1993, a Associação Brasileira de Capoeira Angola (ABCA). Assim, após milênios de ancestralidade lúdica e poucos séculos de agressividade para a luta, a Capoeira, que desenvolveu variações nas décadas de 20 a 50, com o nascimento da Regional e a sobrevivência da Angola, finalmente se descriminaliza. Consequentemente, se elitiza. Nas décadas de 60 a 90, a fusão e a mutação das capoeiras fazem surgir a 'Contemporânea', e, após breve enfraquecimento, renascem a Angola e a Regional. Entramos no século XXI com um lado da Capoeira ligado à marginalidade cultural e econômica, sendo a Roda de Capoeira um aprendizado de desobediência civil para a vida (detalhes no livro). Por outro lado, num outro estilo, está cooptada, servindo ao sistema estático da estrutura sócio-econômica que mantém as classes, as explorações e a escravidão (que chamamos hoje de globalização ou neo-liberalismo), divertindo ou competindo nas lutas de vale-tudo, ou ainda nas universidades e espaços militares, servindo ao hierarquismo e ao comodismo. Lembro aqui as palavras de Mestre Lua ‘Rasta’ da Bahia, “... o capoeirista precisa se respeitar...os mais jovens procurarem se interar do que é capoeira, do que é liberdade, do que é militarismo; e a capoeira é anti-militar, a capoeira não tem nada a ver com militarismo...” (*22).

fonte net.