terça-feira, 9 de outubro de 2012

GRANDES MESTRES BRASILEIROS

ANTONIO RODRIGUES DOS SANTOS, Mestre Sergipe, nasceu em Boquim no estado de Sergipe, e se criou em salvador, onde aprendeu a capoeira angola com o lendario Mestre Caiçara, e com o qual teve a honra de ser seu contra-mestre. Tambem foi aluno do renomado Mestre Nô. Ministrando aulas de capoeira durante muitos anos em sua academia no bairro da mangueira em Salvador. No final de 1972, esteve no Parana Mestre Lampiao de Goias que nao realizou nenhum trabalho referente a capoeira. No dia 18 de dezembro de 1973, Mestre Sergipe radicou-se em Curitiba no Estado do Parana, implantando e desenvolvendo este esporte nacional, tornando-se pioneiro nesta arte.

REINALDO RAMOS SUASSUNA, ou Mestre Suassuna, (Itabuna, 16 de janeiro de 1938) é um dos mais importantes mestres de capoeira no Brasil. Fundou em 1967 o "Grupo de Capoeira Cordão de Ouro" em São Paulo, e é considerado um dos maiores difusores da capoeira internacionalmente. Ele formou Mestre Caveirinha, que gravou os movimentos para o personagem do vídeo game Tekken 3, Eddy Gordo Reinaldo Ramos Suassuna nasceu em Ilhéus na Bahia em 1938 e foi criado em Itabuna. Sua relação com a capoeira começou devido a um problema de paralisia infantil. O médico recomendou que praticasse um esporte que não fosse futebol, e sob a influência de dois amigos que tinham iniciado na capoeira, mais os cuidados médicos, começou a praticar a arte brasileira a contragosto, em meados dos anos 50. Em meados dos anos 60, Mestre Suassuna já tinha “pegado gosto” pela capoeira, e brilhava na Bahia com suas apresentações. Conseqüentemente, surgiram convites para ir ao exterior e a outros Estados. Sua missão era difundir a capoeira como folclore e esporte. Em 1967, junto com Mestre Brasília fundou a Associação de Capoeira Cordão de Ouro, por se tratar de Besouro Cordão de Ouro, um capoeirista anterior a divisão Angola / Regional.
Nome: JOSÉ TADEU CARNEIRO CARDOSO – Mestre Camisa Nascido em Jacobina, na Bahia no ano de 1956, iniciou-se na Capoeira nos anos 60, com seu irmão mais velho, Camisa Roxa. Em seguida mudou-se para Salvador, indo morar na Lapinha, onde continuou a praticar Capoeira nas rodas de rua, principalmente nas de Mestre Valdemar e Traíra, que eram realizadas na Rua Pero Vaz, posteriormente foi treinar na academia de Mestre Bimba onde se formou. Rodou todo o Brasil fazendo demonstrações de Capoeira na equipe de seu irmão, Camisa Roxa. Em 1972, com 16 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a dar aulas em academias. No Rio de Janeiro, Camisa se dedicou a pesquisa da Capoeira, desenvolveu seu próprio método de ensino, seguindo os conceitos inovadores de Mestre Bimba.
WILLIAM DOUGLAS GUIMARÃES,o Mestre Mão Branca, nasceu no dia 14 de abril de 1960 em Belo Horizonte/MG. Esse apelido surgiu numa roda no Rio de Janeiro. Na época tinha acabado de surgir, no Rio, o justiceiro Mão Branca. Como estava frio ele colocou uma luva branca para jogar na roda. Aí o pessoal encarnou chamando-o de Mão Branca. E o apelido pegou. E lhe trouxe sorte. Mão Branca começou a capoeira com Mestre Jacaré (Luís Mário Gabeira Jacaré) em Belo Horizonte. Na época ele tinha 16 anos e treinou com ele uns seis meses. Teve que se mudar para o Rio de Janeiro e foi lá em Niterói que conheceu a Academia Negrinhos de Sinhá, do Mestre Gigante e começou a treinar com ele. Pegou o primeiro cordel, o verde, depois o verde-amarelo, depois o amarelo e o amarelo-azul.
PEDRO MORAS TRINDADE (Ilha de Maré, 9 de Fevereiro de 1950) também conhecido como Mestre Moraes é um notório mestre e difusor da Capoeira Angola pós-Pastinha. Seu pai também era capoeirista praticante de Capoeira Angola. Começou a treinar por volta dos oito anos na academia de Mestre Pastinha que já cego e sem dar aula, passou o controle da academia para seus alunos. Moraes foi aluno de Mestre João Grande, que junto de João Pequeno eram grandes discípulos de Pastinha. Por volta dos anos 80, na intenção de preservar e transmitir os ensinamentos de seus mestres, fundou o GCAP - Grupo de Capoeira Angola Pelourinho - na tentativa de resgatar a filosofia da capoeira em suas raízes africanas, que havia perdido seu valor para o lado comercial das artes-marciais. Atualmente vive em Salvador, Bahia e divide seu tempo entre lecionar Inglês e Português numa escola pública, e presidir os projetos culturais da GCAP.
ELTO PEREIRA DE BRITO, mestre Suino, presidente fundador do Grupo Candeias O Grupo Candeias nasceu no clube SESC do setor Universitário, aqui mesmo em Goiânia, em 1977. Seu primeiro professor foi Carlos Antônio (Carlinhos Chuchu), e seu primeiro nome: "Grupo de capoeira Anglo-Regional". Seus primeiros alunos foram comerciários e filhos de comerciários, pessoas pobres, oriundas dos bairros de classe baixa. Em 1978, Passarinho assumiu a liderança do grupo e mudou o nome do Anglo-Regional para "Grupo de capoeira São Bento Pequeno". No ano de 1981, Passarinho saiu do SESC, levando consigo o Grupo São Bento Pequeno e grande parte dos alunos. mestre Suíno, formado em 1980, assumiu o Grupo e voltou a usar Anglo-Regional, provisoriamente, até se criar um novo nome para o Grupo.
Mestre Piton- Aloízio de Souza Píton, Capoerista, nascido e criado no Recôncavo Baiano, onde conheceu a capoeira de rua, é outro da Velha Guarda. “Mas a transformou em aprendizado em Curitiba, a partir de 1974, com o Mestre Sergipe”
Mestre burguês- Mestre de Capoeira, um dos maiores e proeminentes Mestres desta arte genuinamente Brasileira. Antonio de Menezes, o Mestre Burguês, nasceu em 06/09/1955 em Laranjeiras/SE. Aos três meses de idade mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Aos doze anos de idade, deu seus primeiros passos na capoeira com um amigo de colégio, Nelson, em Ramos. Os dois para não apanhar do China, um menino que gostava de bater em todo mundo, compraram o livro "capoeira Sem mestre" e começaram a treinar. Com o passar do tempo, entrou em contato com as rodas de mestre Mentirinha em Ramos, Bonsucesso e identificou-se com o estilo de mestre Paulão, fundador do grupo Muzenza. Em 1975, após lecionar em Madureira e Meyer (RJ), foi para Curitiba, transferindo a matriz da Muzenza para o Paraná iniciando um trabalho voltado para as raízes da capoeira, implantando essa modalidade em clubes, escolas, comunidades carentes, univesidades e quartéis. Ao longo de sua carreira realizou vários congressos, encontros nacionais, fundou a Federação Paranaense de capoeira. Grande amigo, homem de uma simplicidade respeitável, detentor das maiores referências internacionais da Capoeira, exemplo de dignidade para o povo Curitibano!
Mestre Índio Manoel Olímpio de Souza Foi levado pelo Mestre Dimola a participar das aulas do Mestre Pelé da Bomba. Ele aperfeiçoou tão rápido a sua capoeira que logo depois já batia no Dimola que era Contra-Mestre. Veio para o Sul com Mestre Sergipe (que ficou no Paraná), e recebeu uma Academia para treinar em Porto Alegre onde formou seu Grupo Oxóssi. Foi desafiado por várias Artes Marciais como o Karatê e o Kung-Fú; quando ele não conseguia dar um soco fatal ele largava sua meia lua de compasso. Atualmente encontra-se no Mercado Modelo em Salvador.
Walce Souza, mestre Deputado, começou na Capoeira com mestre Osvaldo de Souza, depois prosseguiu com Mestre Bimba. Sua vinculação foi intensa, desde o começo, tornando-se um grande propagador da arte da Capoeira por todo o Brasil, principalmente em Goiás e Mato Grosso. É autor de vários livros sobre a Capoeira. O apelido, ganhou de Mestre Bimba, pelo fato de ter sempre muitos amigos e conhecidos. "Só sendo deputado para conhecer tanta gente...", teria dito o Mestre. E ficou o apelido.
JOSÉ LUIZ PIRES,nas rodas é conhecido como(ZÉ BEIÇO)natural da cidade de Paranaguá Parana,começou sua trágetoria na capoeira no final da decada de 70,formado mestre em 1993 pelo grande mestre Sergipe(Antonio Rodrigues dos Santos.fundou em 1987 o grupo ilú-ayê capoeira VALORIZE SEU MESTRE!!!

domingo, 30 de setembro de 2012

entrevista com o mestre ZEQUINHA de Piracicaba


Meu nome é José de Almeida Filho, conhecido nas rodas de capoeira como Mestre Zequinha. Sou piracicabano com muito orgulho, pratico a capoeira há 30 anos e tenho muito prazer em falar de muitos mestres que fazem parte de minha história, em especial quatro deles. O primeiro não era mestre, mas para mim foi, pois foi o meu primeiro mestre de capoeira. Prefeito, como era chamado, dedicou mais de um ano me ensinando. Nos conhecemos numa fábrica de cadeiras em Piracicaba.SP, em 1975. Nas minhas primeiras semanas de trabalho, minha bicicleta quebrou e tive que levar meu almoço para a fábrica. Depois do almoço fui dar um passeio e ao passar pela garagem da fábrica vi o Prefeito fazendo alguns movimentos que me encantaram, então perguntei o que ele estava fazendo e foi aí que ele me explicou que era a capoeira. Desde então começou a me ensinar todos os dias na hora do almoço, naquela mesma garagem. Passaram-se 6 meses e o Prefeito disse que estava muito corrido, pois não estava tendo mais tempo para descansar na hora do almoço e disse que não iria mais me ensinar. Mas como eu não queria parar de aprender falei com minha mãe, D. Maria, se o Prefeito poderia me ensinar no quintal de casa, e ela aceitou. O Prefeito continuou me ensinando no quintal de casa, junto com mais outros 3 colegas, por mais ou menos 1 ano. Um certo dia, ele me disse que como não era formado não tinha mais o que ensinar para mim e me aconselhou a procurar um tal de João. Fui atrás, mas não o encontrei e acabei conhecendo Claudival da Costa – Mestre Cosmo. Foi num desfile de Carnaval que o vi pela primeira vez, conversamos e logo comecei a praticar a capoeira com ele. Pratiquei a capoeira com Mestre Cosmo por 10 anos, me formando Professor em 1985, e durante estes anos ele me ensinou muito, me ensinou a ter respeito pelos mais velhos, bem como pelos mais novos e me mostrou os caminhos para que eu buscasse a capoeira que pratico hoje.
Em 1986 foi o meu maior contato com a Capoeira Angola, foi amor à primeira vista, quando visitei a Bahia e lá fiz um curso com um dos mais famosos mestres de Capoeira Angola, discípulo de Mestre Pastinha, o Mestre João Pequeno. Neste mesmo ano também tive contato com um dos maiores cantadores e tocadores de berimbau da Bahia, Mestre Waldemar Rodrigues da Paixão, onde tive uma grande aula teórica, em sua própria casa em Salvador, sobre a história da capoeira, a formação de uma bateria e toques de berimbau.
Foi também em 1986, no Forte Santo Antonio, em Salvador, onde fui assistir uma aula, que tive o privilégio de conhecer o renomado Mestre Boca Rica, também discípulo do saudoso Mestre Pastinha. Mas, o maior contato com o Mestre Boca Rica foi no Mercado 7 Portas, onde todos os anos se realizava uma roda em homenagem ao aniversário do mestre. Desde então, nunca mais perdi o contato com Mestre Boca Rica, que sempre me ensinou muito, sendo meu conselheiro e me passando muita segurança, estando sempre presente em todos os meus eventos.
Em 1989 vim a conhecer um dos mais elegantes mestres de Capoeira Angola, o Mestre Lua de Bobó. O mestre tem elegância no cantar, no tocar de um berimbau e no jogo de capoeira. Quando joguei a capoeira com ele pela primeira vez, parecia que nos conhecíamos há muitos anos e depois deste jogo fui conhecer o trabalho dele lá em Salvador, no Dique do Tororó e tivemos muitos outros encontros em rodas de capoeira.
No ano de 1995 convidei o Mestre Lua de Bobó para participar de um evento que realizava em Piracicaba. Ele ficou hospedado em minha casa, nos tornamos amigos e, em 1996, quando criei a Escola de Capoeira Raiz de Angola, o convidei para ser o padrinho, e ele aceitou com muito agrado. Ele é também o Diretor Técnico da escola e vem a Piracicaba, 2 ou 3 vezes por ano, ministrar aulas teóricas e práticas e avaliar o desempenho dos alunos. No evento realizado em Piracicaba, em 1997, o Mestre Boca Rica disse que naquele dia eu tinha me tornado mestre, pelo evento realizado e pelo jogo que fiz com os mestres presentes. Ele disse que iria me formar, e assim foi feito no ano de 2001, onde me presenteou com um diploma de mestre.
Em 2002, o Mestre Lua de Bobó realizou seu evento em Arembepe.BA, onde estavam presentes vários alunos da Escola de Capoeira Raiz de Angola e também o Professor Tim Tim de Manaus (formado por mim). Nesta data o mestre tinha preparado a minha formatura, mas por motivos econômicos, eu não pude estar presente. No ano de 2003, em Arembepe, o Mestre Lua de Bobó realizou outro evento, oficializando a minha formatura e vim receber mais um diploma de mestre. Foram 4 dias com oficinas, palestras e rodas, sendo que no último dia foi realizado a cerimônia oficial de minha formatura. O Mestre Lua de Bobó me apresentou a todos os mestres presentes, falou sobre o meu trabalho e o motivo pelo qual estava me formando. Depois me passou a palavra, onde fiz um juramento a todos, dizendo que jamais iria decepcioná-los e nunca deturparia a legítima Capoeira Angola.
Foi um momento de muita emoção para mim e todos os presentes. Em seguida começou a roda de formatura, onde comecei jogando com o mestre mais renomado, Mestre João Pequeno. Em seguida joguei com os seguintes mestres: Mestre Bigodinho, Mestre Brandão, Mestre Pelé do Tonél, Mestre Pelé da Bomba, Mestre Zé Pretinho, Mestre Ciro, Mestre Almir, Mestre Faísca, Mestre Pedra e Mestre Orelha. Também estavam presentes vários Contra Mestres, Professores, entre eles o Professor Lampião (formado por mim) e Trenéis de vários lugares do Brasil e do Mundo.
Em todos esses anos praticando a capoeira, conheci muitos mestres famosos representantes da chamada “velha guarda” da Bahia, além de outros mais jovens. Entre estes capoeiristas posso citar: Mestre João Pequeno, Mestre Waldemar da Paixão, Mestre Canjiquinha, Mestre Paulo dos Anjos, Mestre Curió, Mestre Felipe de Santo Amaro, Mestre Ferreirinha de Santo Amaro, Mestre Brandão, Mestre Papo Amarelo, Mestre Bobó, Mestre Boca Rica, Mestre Lua de Bobó, Mestre Morais, Mestre Renê, Mestre Augusto, Mestre Vermelho Boxéu, Mestre Vermelho 27, Mestre Nenél, Mestre Martinho, Mestre Lua Rasta, Mestre Gato Preto, Mestre Barba Branca, Mestre Mário Bom Cabrito, Mestre Dois de Ouro, Mestre Jaime de Mar Grande, Mestre Ananias, Mestre Pessoa, Mestre Virgílio, Mestre Gerson Quadrado, Dona Maria Romélia – a Dona Lice (esposa de Mestre Pastinha), Mestre No, Mestre Mala, Mestre Gildo Alfinete, Mestre Cobrinha Mansa, Mestre Valmir, Mestre Fernando, Mestre Diogo, Mestre Jogo de Dentro, Mestre Cláudio de Feira de Santana, Mestre Macaco de Santo Amaro, e muitos outros que não me recordo neste momento, todos baianos e de muita tradição na capoeira. Devo muito a todos eles, pois me ajudaram muito na minha formação como Angoleiro.
Ainda nos dias de hoje os ideais de Zumbi de igualdade e liberdade são objetivos a serem alcançados, já que não vivemos em uma sociedade justa, com oportunidades iguais. Neste atual contexto social, a capoeira - e de maneira especial a Capoeira Angola, por deter esse poder de anular diferenças é uma das poucas atividades que homens e mulheres, pobres e ricos, pretos e brancos, doutores e analfabetos convivem em harmonia e igualdade.
Mestre Zequinha realiza seu trabalho com a Capoeira Angola em Piracicaba, estado de São Paulo. Iniciou os seus aprendizados na arte da capoeira em 1975, sendo formado professor em 1985 e recebendo o título de mestre em duas ocasiões diferentes, em 2001 pelas mãos de Mestre Boca Rica e em 2002, em um grande evento em Arembepe.BA, pelo Mestre Lua de Bobó. Com o modismo tomando conta da capoeira e a crescente proliferação de pessoas preocupadas apenas com o desenvolvimento de determinados elementos desta arte, acabam por reduzir a capoeira cada vez mais a uma mera atividade física. Mestre Zequinha, depois de muitas pesquisas, com o pensamento de atuar na preservação dos rituais, costumes, tradições, ritmos e cantinelas, fundou em 1996 a Escola de Capoeira Raiz de Angola, com o objetivo de transmitir os valores culturais, as origens históricas, os verdadeiros significados e os conhecimentos técnicos e filosóficos da Capoeira Angola, disponibilizando a qualquer indivíduo o acesso a um rico universo cultural formado pela luta, dança, música e pela história que tanto se mistura com a de nosso país.
Em 2001, com a evolução natural dos trabalhos, a Escola de Capoeira Raiz de Angola realizou a primeira formatura de professores, com a formação do Professor Tim Tim e do Professor Lampião. Em 2003, após retomar um projeto muito antigo, Mestre Zequinha e a escola conseguiram realizar a gravação do primeiro CD de Capoeira Angola, com músicas inéditas. Procurando preservar a história e a tradição desta arte, a escola vem atuando em diversos setores da sociedade piracicabana, se destacando na realização de eventos culturais, como o EXPARCUN (Exposição de Arte e Cultura Negra), a Semana de Conscientização e Valorização da Raça Negra, a Semana Cultural da ESALQ-USP, a FECONEZU, além dos Encontros Nacionais de Capoeira Angola, que tem o intuito de difundir cada vez mais a tradição da Capoeira Angola entre os piracicabanos e toda a região. Além disso, Mestre Zequinha, juntamente com seus graduados, realizam projetos sociais que envolvem o ensino da capoeira em centros comunitários, universidades, associações de bairros, atuando com isto na formação física, social e cultural do cidadão. O próximo sonho, meta ainda a ser conquistada, é a de dar um endereço fixo, um espaço próprio para a Escola de Capoeira Raiz de Angola, que funcionará como um local que possa formar verdadeiros angoleiros e com isso manter viva as tradições da Capoeira Angola.
contato:EMAIL:capoeiraraizdeangola@yahoo.com.br

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

ENTREVISTA COM A GRADUADA TIGRONÁ DO GRUPO AÇÃO CAPOEIRA

TRETIEIRO-Como é seu nome e como você é conhecida no mundo da capoeira ? RESP: ROSILEY MALTA DE ALENCAR........ APELIDO NA CAPOEIRA : TIGRONA
TRETIEIRO:Como surgiu o seu apelido? RESP: TRAÇOS FORTES NO OLHAR, DESCIDIDA A FAZER O QUE GOSTA, SEMPRE SOLITARIA
TRETIEIRO:quem é seu mestre? RESP: GILSON ROESNER CONHECIDO COMO MESTRE ALEMÃO
TRETIEIRO:Como conheceu a CAPOEIRA,e porque decidiu treinar? RESP: VENDO BANDOS DE PESSOAS REUNIDAS NAS RUAS E O TOQUE DO BERIMBAU ME CHAMOU A ATENÇÃO, DESCIDI A TREINAR QUANDO REALMENTE ESTAVA DONA NA MINHA VIDA SEM DEPENDER DE NINGUEM E DAR SATISFAÇÃO A ALGUEM FUI A UMA ACADEMIA FAZER MUSCULAÇÃO E ENCONTREI A CAPOEIRA ARREPIOU MEU CORPO ENTÃO DEIXEI A MUSCULAÇÃO E COMECEI A PRATICAR SÓ A CAPOEIRA .
TRETIEIRO:Qual a atividade que você desenvolve com a CAPOEIRA? RESP: DOU AULA PRA CRIANÇAS DO ENSINO INICIAIS, ATRAVÉS DE UM PROJETO DO NOSSO GRUPO AÇÃO CAPOEIRA
TRETIEIRO: Qual é a sua opinião sobre a capoeira jogada hoje em dia e o que mudou em relação a jogada antigamente? RESP: INFELIZMENTE A CAPOEIRA DO PASSADO ESTAS ESCASSA, ALGUNS GRUPOS TENTAM FAZER COMO ERA ANTES A CAPOEIRA DE ORIGENS MAS NÃO É AQUELA COISA. OS TEMPOS MUDARAM OS MESTRES NÃO SÃO OS MESMOS, A POLITICA SOCIAL É OUTRA E COM ISSO A CAPOEIRA TAMBEM SOFRE MUDANÇAS. EU PREFIRO A CAPOEIRA JOGADA COMO ANTIGAMENTE, ELA TRANSMITE MAIS PUREZA, RAÇA, GINGA, AMOR A VADIAÇÃO ERA MAIS ARDENTE. HOJE ENVOLVE MUITA MISTURAS CLARO NÃO DEIXANDO DE LADO A ESSÊNCIA DA CAPOEIRA, A CONTEMPORANEIDADE E A TAL MODERNIDADE TEMOS QUE CAMINHAR JUNTOS, ENVOLVE MUITAS MUDANÇAS COMO A MULHER E CRIANÇAS, AULAS EM ESCOLAS E PROJETOS QUE ANTES NÃO TINHA E HOJE JÁ FAZ PARTE NA GRADE CURRICULAR...........
TRETIEIRO:Cite alguns mestres ou grupo que você admira? RESP: M. ACORDEON, M. CURIÓ, M. MORAES, M. KALL, M. SANTANA, M. SERGIPE, M.PEIXINHO, M. ITAPOAN OUTROS TANTOS POR AI E A VELHA GUARDA TODA.
TRETIEIRO:qual foi o momento que mais te marcou, como capoeirista? RESP: A MINHA SEGUNDA CORDA NO EVENTO ERA O DIA DO MEU ANIVERSÁRIO, TEVE UMA HOMENAGEM A MINHA PESSOA RECEBENDO DAS MÃOS DO MESTRE DÉA O MEU PRIMEIRO BERIMBAU
TRETIEIRO:Qual a sua filosofia de vida? RESP: A LIBERDADE DE EXPRESSÃO RESUMINDO A CAPOEIRA ESSA É A MINHA FILOSOFIA DE VIDA ME ENSINOU ME ENSINA E IRÁ ENSINAR-ME SEMPRE, NESSA RODA QUE NÃO CANSA DE GIRAR!
TRETIEIRO:Qual a relação que há entre a vivência do capoeirista dentro da roda de capoeira e na vida pessoal? RESP: MUITOS SEM PERCEBER MOSTRA SEU CARACTER NA RODA DE CAPOEIRA ATRAVEZ DE GESTOS, EXPRESSÕES ATÉ MESMO NO ANDAR E NO PROSCEDER DEIXANDO MANCHAS NEGRAS NO MUNDO DA CAPOEIRA PQ FORA DELA A SUA VIVÊNCIA NAO É DE UM BOM SUJEITO, MAS GRAÇAS A DEUS EXISTE PESSOAS QUE TANTO FORA COMO DENTRO DA VIVÊNCIA DA CAPOEIRA SÓ FAZ O BEM
TRETIEIRO:O que você acha do momento que a capoeira atual ta passando? RESP: SE FOR ANALIZAR É UM MOMENTO , COM MAIS RECURSOS E CERTAS LIERDADE COMPARADO AO PASSADO
TRETIEIRO:Cite-nos uma tristeza e uma alegria, na capoeira. RESP: A CAPOEIRA É UM MUNDO QUE NEM TODOS VIVEM, MAS PRA QUELES QUE VIVEM SABE QUE NEM TUDO É ALEGRIA, AINDA MAIS QUANDO SE TRATA DE VIVER E CONVIVER COM SERES HUMANOS. TRISTEZA, FOFOCA, TRAIÇÃO, MENTIRAS. ALEGRIA, BOM É VER O RESULTADO DO SEU TRABALHO ESTAMPADO NO SORRISO DE UMA CRIANÇA. TER A CHANCE DE CONHECER PESSOAS QUE NOS TRAZ ALEGRIAS E CONHECIMENTOS, LUGARES E CULTURAS.
TRETIEIRO:Como sua família vê você como CAPOEIRISTA? RESP: NÃO SÃO MUITO DE FALAR SÃO EVANGÉLICOS MAS SABEM O SUFICIENTE QUE EU PRATICO ESPORTE E TRANSMITO O BEM AS PESSOAS QUE ESTÃO AO MEU REDOR.
TRETIEIRO:Como você vê a importância da MULHER nas rodas de CAPOEIRA? RESP: TUDO QUE É FEITO COM UNIÃO O RESULTADO É MELHOR, A MULHER TENS A CAPACIDADE DE FAZER TUDO QUE UM HOMEM FAZ, POR ISSO UM TOQUE FEMININO NA CAPOEIRA É FUNDAMENTAL NOS DIAS DE HOJE.
TRETIEIRO:Para você o que é ser MESTRE de CAPOEIRA RESP: É SER UM ETERNO APRENDIZ, COM A DIFERENÇA DE ESTAR PREPARADO PRA SER UM MESTRE E UM ETERNO APRENDIZ.
TRETIEIRO:Quais são os planos para o futuro? RESP: O FUTURO A DEUS PERTENCE MAS NÃO PRETENDO PARAR NA CAPOEIRA... JÁ FIZ A MINHA FACULDADE DE PEDAGOGIA PENSANDO NA CAPOEIRA E CONTINUAREI ESTUDANDO VIAJANDO E OBTENDO CONHECIMENTO SEM ESQUECER OS ENSINAMENTOS QUE O MEU MESTRE ME PASSOU.
TRETIEIRO: Deixe uma mensagem para todos os capoeiristas e aqueles que ainda não conhecem a capoeira. RESP: VOCÊ CAPOEIRA NÃO DESANIME HÁ MARÉ BAIXA COMO HÁ MARÉ ALTA A VIDA É ASSIM E É ENTRE AS MARES DA VIDA NA CAPOEIRA E COM AS RASTEIRAS QUE APRENDEMOS A NOS DEFENDER E APRENDER CADA VEZ MAIS, SE VOCÊ NÃO CONHECE NÃO FALA NADA, PRIMEIRO VAI LER TENTAR ENTENDER PRA DEPOIS CRITICAR, JÁ DIZIA OS GRANDES MESTRES " A CAPOEIRA É PRA TODOS, MAS NEM TODOS É PRA CAPOEIRA" É FATO.
CONTATOS 041 96147765 Email : rozyallen@hotmail.com

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

ENTREVISTA COM" ALINE DEDICADA"DO GRUPO QUILOMBO ARTE DE SANTA CATARINA

TRETIEIRO-Como você é conhecida no mundo da capoeira e como foi seu primeiro contato com a capoeira R-Me chamo Aline e sou conhecida no mundo da capoeiragem como Dedicada. Conheci a capoeira através do meu esposo que na época que erámos namorados me convidou para ir assistir a uma roda. Encantei-me com o toque do berimbau e assim a capoeira foi me tomando por completo.
TRETIEIRO-Quem é seu Mestre e de qual grupo você faz parte? R-Meu Mestre é o Mestre Sombra e sou do Grupo Quilombo-arte.
TRETIEIRO-Fale um pouco sobre o trabalho do seu grupo? R-O trabalho da Quilombo-arte não esta apenas em ensinar capoeira, mas sim ajudar na formação do caráter dos alunos, propondo assim um diferencial. Como meu mestre sempre fala ensinar a levantar a perna tem muitos que ensinam porem capoeira não é apenas isso. Temos como pilares união, respeito e fé. A quilombo-arte é hoje uma família onde existe uma motivação muito grande da parte do mestre para com os alunos e entre os alunos também existe uma motivação mutua. Motivação ao treino, a dedicação aos estudos, tanto que existe uma norma que não se forma um mestrando ou mestre no grupo que não tenha nível superior. Quilombo-arte é minha segunda família!
TRETIEIRO-Para você o que é um Mestre de Capoeira? R-A meu ver, um mestre não precisa nem se ostentar como tal, um verdadeiro mestre exala a maestria. Mestre tem que ter caráter, ser um transmissor de conhecimentos e um formador de opiniões. Precisa cuidar da imagem que esta passando. Tem que ter postura de mestre. Ser um mestre de fato, não apenas de direito.
TRETIEIRO-Como é ser esposa de um mestre de capoeira? R-Tem seus pontos positivos e negativos. Pelo lado positivo, não aprendemos capoeira somente no treino e na roda, mas no dia-a-dia, e essa proximidade proporciona uma maior facilidade de acesso ao aprendizado e a cobrança é muito maior o que me faz ter que treinar às vezes o dobro dos outros alunos. Mas existe um ponto negativo que por mais que não exista qualquer privilégio por parte do mestre, em sempre me colocar no meu papel de aluna, sempre pode haver algum comentário.
TRETIEIRO-Como esta a participação das mulheres na capoeira de Joinville? R-Esta cada vez maior, aos poucos as mulheres vão perdendo seus medos e a timidez. Cada vez mais percebo e aumento do nível técnico e as mulheres aparecendo mais nas rodas, tocando, cantando e jogando.
TRETIEIRO-Quais as mulheres que você admira na capoeira? R-Admiro mulheres que conquistam seu espaço sem precisar se impor para que isso aconteça, tendo aqui na minha cidade duas mulheres que admiro que são a Graduada Xerife da Quilombo-arte e a Contra Mestra Karlinha do grupo Beribazu. Admiro também < como mestras que acompanho seu trabalho e postura Mestra Mara e Mestra Jô.
TRETIEIRO-Em sua opinião quais as maiores dificuldades que as mulheres enfrentam para praticar a capoeira? R-Uma das maiores dificuldades talvez seja encontrar tempo para uma mulher que trabalha, estuda cuida da casa, dos filhos e ainda arrumar tempo para treinar não seja fácil, mais ainda se não houver alguém da família para apoiar. As vezes pode haver também de ela ter um esposo que não a apoie e não aceite, mas não é desculpa. Pois eu cuido da casa, trabalho faço faculdade, treino e ainda tenho musculação todo dia e ainda sobra tempo para pesquisar e estudar. Como meu mestre sempre diz, que quer da jeito, quem não quer arruma desculpa.
TRETIEIRO-Em sua opinião, existem barreiras e preconceitos que dificultam a mulher na pratica da capoeira? R-Ainda existem sim, alguns capoeiristas que cantam musicas que ofendem a mulher ou que se negam de passar um instrumento para uma mulher. Que criam a hora das mulheres jogarem, onde só joga mulher com mulher. Mas a questão é que a maior responsável disso ainda é a mulher. Muitas se escondem na hora da roda e só entram para jogar com outra mulher ou então, querem um instrumento, mas na hora de tocar não conseguem manter uma postura. A meu ver ao invés de ficar se lamentando, deveríamos usar esse tempo treinando e se dedicando, para quando aparecer a oportunidade poder aproveita-la e fazer bonito. Devagar e sempre com o jeitinho que a mulher tem.
TRETIEIRO-Quais são seus planos para o futuro? R-Me espelho muito no meu mestre, quero ser também uma educadora, onde eu possa usar a capoeira também como um instrumento na vida dos alunos, mas para isso estou me preparando, curso pedagogia e faço curso de libras (Língua Brasileira de Sinais), pois pretendo trabalhar com a capoeira como forma de inclusão.
TRETIEIRO-O que a capoeira representa em sua vida? R-Meu ar, meu chão. A capoeira me tomou por completo e não posso imaginar a vida sem capoeira, ela me trouxe amigos, uma nova família, me ensinou a viver, superar meus limites e me preparar para as armadilhas que a vida pode nos oferecer.
TRETIEIRO-Conte um momento marcante na sua vida de capoeira, e um aprendizado que a capoeira lhe deu. R-Um momento marcante para mim foi presenciar um jogo entre um angoleiro (Mestre Meinha) e um aluno de bimba, da regional (Mestre Deputado). Um momento em que me fez analisar que dois mestres de linhagens opostas, mas jogando com um sorriso no rosto, onde imperou o respeito, onde o mestre maior era o berimbau, e eles jogaram o que ele mandou. A humildade de dois grandes mestres em abrir mão de seu EU em prol da arte maior: Capoeira.
TRETIEIRO-Dedicada na visão de Dedicada. R-Sou nova ainda nessa jornada, sou apenas uma criança tenho tanto a aprender. Mas busco a cada dia aprender mais, me dedicar, pois quero poder retribuir a capoeira tudo o que ela me proporciona. Gosto muito de perguntar aos mestres, aprender sobre a vivência de cada um, pois todos tem algo para nos ensinar.
Considerações finais. Queria agradecer ao Mestre Zé Luiz pela oportunidade concedida pela entrevista. Quero agradecer também a todos os mestres que dedicam seu tempo para responder as minhas perguntas e que dessa forma estão ajudando na minha formação. E Agradecer ao meu mestre, Mestre Sombra pelos ensinamentos, pelas oportunidades de estar inserida no universo da capoeira. Iê viva meu Mestre!
CONTATOS:https://www.facebook.com/aline.quilomboarte EMAIL:nandinha-leki@hotmail.com