quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

mestre KING KONG vai para a cadeia


MESTRE KING KONG


O mestre de capoeira Roberto de Jesus dos Anjos, conhecido como King Kong, 49 anos, voltou a ser preso na terça-feira, cerca de 24 horas após deixar a carceragem da 2ª Delegacia Territorial (Lapinha), em Salvador. Ele é acusado de atear fogo no corpo da mulher, Antônia Brito Souza dos Anjos, 45 anos, que morreu anteontem no Hospital Geral do Estado (HGE).
A vítima teve 70% do corpo queimado. O crime foi cometido na residência do casal, na rua 3 de Novembro, em Pau Miúdo, na madrugada de domingo. As chamas atingiram o próprio capoeirista e seu filho, o armador de móveis Robenilson Souza dos Anjos, 26 anos. Roberto foi preso em um edifício na rua Afonso Celso, e investigadores da 6ª Delegacia Territorial (Brotas), que efetuaram a prisão, confirmaram ter recebido a denúncia de que ele estaria no apartamento de um amigo preparando-se para fugir.
Escondendo o rosto com um cobertor, mas expondo braços e pernas com queimaduras, Roberto disse que não tinha a intenção de ferir a mulher. "Foi azar. Toquei fogo na estante, mas acabou pegando nela. Se fosse para matá-la, não teria enfrentado o fogo para salvá-la, mas teria fugido", afirmou, chorando. Ele apresentou a versão de que Robenilson e Antônia teriam provocado sua ira. "Ele ficou me desafiando, dizendo que ele é que mandava na casa. Não queria que Antônia bebesse, pois ela era problemática com bebida. Mas nunca a agredi", disse.
Roberto ainda negou que o motivo da discussão seria o sumiço de R$ 150, como chegou a ser noticiado. Preso em flagrante, ele foi transferido à tarde para a sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e prestava depoimento ao delegado Adalgiso Sobral.
O corpo de Antônia foi sepultado na tarde de ontem, no cemitério Quinta dos Lázaros. Com os braços enfaixados, Robenilson esteve no funeral, mas preferiu não falar com a imprensa. "Espero que o mestre pague por isso. Não há justificativa para o que ele fez. Quando a relação não dá certo, que se separem", disse Hélio Brito, irmão de Antônia. Amigos contaram que Roberto era violento.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Morre o mestre João Pequeno de PastinhaEterno mestre de capoeira, aluno do famoso mestre Pastinha


João Pequeno de Pastinha (27 de dezembro de 1917, 16 de dezembro de 2011)

Morre o mestre João Pequeno de PastinhaEterno mestre de capoeira, aluno do famoso mestre Pastinha nas décadas de 50 e 60, morreu aos 93 anosREDAÇÃO
João Pereira dos Santos, o mestre João Pequeno de Pastinha, tinha apenas 15 anos quando, em 1933, largou o trabalho de vaqueiro na Fazenda Vargem do Canto, na região de Queimadas, no sertão baiano, para fugir da seca. Ele foi a pé até a cidade de Lagoinha e lá teve o primeiro contato com a capoeira, arte da qual logo se apaixonou.

Aos 25 anos, já morando em Salvador e trabalhando pesado na construção civil, João conheceu um capoeirista que, aos finais de semana, reunia amigos para treinar ao som do berimbau. Encantado com o jogo de corpo, inscreveu-se no Centro Esportivo de Capoeira Angola, congregação de capoeiristas coordenada pelo mestre Pastinha. Percebendo o talento do aluno, o mestre praticamente adotou o jovem cheio de garra, a quem apelidou de João Pequeno por causa da estatura miúda.

No final da década de 60, quando já não podia mais ensinar em razão da idade avançada e dos problemas de saúde, Pastinha “deu” a capoeira a João Pequeno e disse: “João, você toma conta disso, porque vou morrer, mas morro somente o corpo. Em espírito eu vivo e, enquanto houver capoeira, o meu nome não desaparecerá”.

Pastinha continuou vivo até hoje graças ao trabalho e dedicação do discípulo João Pequeno, que foi reconhecido em todo o país. Até o presidente Lula, em 2003, fez questão de homenageá-lo, outorgando a ele o título de Comendador de Cultura da República. João foi o responsável pela formação de outros grandes capoeiristas, como mestre Curió. Ele morreu no último dia 16, aos 93 anos, de falência intestinal.